Hoje, 15 de outubro, me peguei pensando sobre o meu papel como docente. Sim, o papel da Profa. Michelle.
Em um mundo de Inteligência Artificial (IA) e petições pautadas no cópia e cola, aquela jovem professora que enfrentava mais de 700 km por semana para lecionar em Paracatu e Unaí/MG tinha um sonho.
Um sonho para muitos bobo e para tantos outros impossível, de levar a pesquisa como método para conduzir um ensino jurídico de qualidade.
Me pautei no grande mestre Pedro Demo, com sua obra "Educar pela Pesquisa", que foi meu horizonte e meta por todos esses anos. E atrás desse sonho, encontrei pessoas maravilhosas que possibilitaram diversas reflexões. Sem dúvidas, o prof. Nitish Monebhurrun, meu eterno orientador do doutorado e, através do livro "Manual de metodologia jurídica: Técnicas para argumentar em textos jurídicos", me fez refletir sobre como o processo argumentativo é menosprezado no Brasil.
Com essas bases: PESQUISA e ARGUMENTAÇÃO tive a certeza de que teríamos como mudar esse panorama. Foi quando tive um encontro metodológico com Laurence Bardin em seu livro "Análise de Conteúdo", o qual virou o livro mais lido por meus alunos e que me possibilitou trazer ao direito a CATEGORIZAÇÃO e INFERÊNCIA dos dados coletados para o processo argumentativo de qualidade.
Assim, para a Profa. Michelle, jovem e sonhadora, agora existia os aspectos materiais (pesquisa e argumentação) e os aspectos formais (categorização e inferência) para a implementação do método de ensino efetiva a pesquisa jurídica de qualidade.
Esse método foi lapidado por esses mais de 14 anos de magistério superior, buscando sempre formação de um pensamento jurídico pautado na argumentação e no condicionamento crítico dos acadêmicos.
Além de ter na pesquisa exploratória a base necessária para a efetivação dessa construção. A pesquisa exploratória representa a base para que a argumentação jurídica se estabeleça e estruture teses jurídicas convincentes, sendo definida como um processo de análise de todas as informações disponíveis e acessíveis para a construção dos argumentos e do pensamento jurídico.
Assim, a jovem Prof. Michelle formulou ao longo deste dos anos de atuação uma forma de organização da pesquisa exploratória através de um método de coleta de dados eficiente que resultou na criação de “Quadros de Coleta de Dados e Análises Preliminares para Pesquisa Exploratória”, que direcionam às análises preliminares. Esse procedimento é dividido nas estratégias de ensino de leitura e fichamento dos materiais, além da análise do material coletado.
Este modelo de quadro de coleta de dados foi estruturado inicialmente para a organização dos dados coletados da minha tese de doutora, porém sua aplicação vem sendo testada ao longo dos anos por diversas pessoas. Afinal, ao verificar os resultados positivos de sua efetivação na tese de doutorado, iniciei um processo de aplicação desse método para meus acadêmicos e, também, colegas de doutorado.
Atualmente essa forma de coletar dados divulgada de forma gratuita a toda a comunidade acadêmica. Veja o vídeo:
Observe que a criação dos “Quadros de Coleta de Dados e Análises Preliminares para Pesquisa Exploratória”, na contramão das IAs que buscam agilidade e menor raciocínio, está organizado na capacidade de superação do problema argumentativo, buscando o ensino crítico no direito.
Portanto, a madura Profa. Michelle, que ainda insiste na qualidade do ensino jurídico, busca no dia de hoje, Dia dos Professores, uma inspiração para continuar esse árduo caminho. Mesmo que muitas vezes solidário de ter um MELHOR ENSINO JURÍDICO.
Comentarios